domingo, 8 de junho de 2008

Dançarinos de Aluguel: bom ou ruim ?

Vou ficar em cima do muro por uma razão óbvia, é bom e ruim, dependendo do ponto de vista. Se não, vejamos, uma senhora de uns sessenta anos vai em um baile de terceira idade e toma um tremendo chá de cadeira junto com várias amigas, e não é por dançar mal e sim porque simplesmente a quantidade de damas é muito maior que o de cavalheiros.

Tenho que admitir que para essa senhora a solução de bailes de ficha (onde compra-se uma ficha por R$1,00, que dá direito a uma música), ou dançarinos de aluguel é uma boa saída. Mas o problema é como isso é encarado.
Outro dia saiu uma reportagem na televisão em que foi mostrado justamente isso, só que no caso fica uma imagem ruim para a dança de salão como um todo, visto que sai muito pouca coisa na mídia sobre dança de salão, logo as pessoas ficam com a imagem deturpada de que só pagando as senhoras dançam.

Por outro lado é bom para os profissionais de dança porque gera um trocado a mais. Mas, reparem que eu falei "profissionais".
O problema é que qualquer um se diz profissional e sai por aí fazendo besteira. Seria necessário uma regulamentação, nem que fosse simplesmente a sindicalização desses profissionais.
Por falar nisso eu sou sindicalizado apesar de não exercer. Ou mesmo a criação de uma associação.
Qual seria o benefício ? Ora, seriam protegidos os bons profissionais, porque aí não seria qualquer um que poderia estar num baile de ficha, por exemplo. E, caso o indivíduo comete-se algum excesso, a dama poderia reclamar em algum lugar e ele poderia perder o direito de estar naquele baile de ficha.

Outro modalidade é o dançarino de aluguel mesmo, que agora estão chamando de Personal Dancer, como o Personal Trainer. Só que volto a lembrar, o Personal Trainer é um profissional com diploma de educação física, logo pode-se confiar, o Personal Dancer não tem diploma algum (específico). Então, o melhor é pelo menos sindicalizar o indivíduo.

Para quem não sabe como funciona o esquema de dançarino de aluguel, é simples, uma ou mais damas conversam com um dançarino e estipulam um preço para ele dançar com elas em determinado baile, e é mais comum do que se imagina.
E, isso tudo é muito antigo e existe fora do Brasil também, e em alguns lugares ainda ocorre a situação inversa em prostíbulos.
Em nosso país, existiram os dancings, onde os homens dançavam com dançarinas remuneradas por música e se o ambiente não chegava perto de um cabaret da Lapa, também ficava longe dos atuais bailes de ficha.

Existem casos em que tudo é feito da maneira correta e limpa, posso citar um que ficou famoso e até foi no Jô Soares onze e meia, que é o Carlinhos Araújo, carioca que mora em Fortaleza, que tem uma Cia de dança voltada para o aluguel de dançarinos, seja para show, seja para acompanhar festas e bailes.

Existe também o lado podre, onde dançarinos são bancados por senhoras, desde a entrada do baile até a entrada do motel... Aí, já vira prostituição, e ocorre, comecem a reparar.
Precisamos melhorar o nível dos profissionais exigindo a sindicalização, federação ou algum tipo de regulamentação, aí vai ser bom para todos. Menos para os profissionais ruins....

Fonte: Marco Antonio Perna

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