Alguns dizem que ele nasceu na Inglaterra, passando pela França e Espanha com nomes variados (dança e contradança). O certo é que trata-se de uma dança de origem espanhola. Consta que seu nome deriva da palavra espanhola volero (de volar = voar) ou das bolinhas que eram usadas presas nos vestidos das dançarinas ciganas, que pareciam voar enquanto dançavam. Já no século X, existia uma dança chamada bolero de algodre, de origem árabe, que era dançado em grupos de três pessoas - um rapaz e duas moças. Entretanto, parece não ter sido ele que deu origem ao bolero que nos interessa aqui. Este surgiu no final do século XVIII. Há autores que apontam o bailarino espanhol Sebastian Cerezo como seu criador, em 1780, inspirado numa dança típica dos ciganos, fez uma variação baseada nas Seguidillas, bailados de ciganas andaluzes, cujos vestidos eram ornados com pequenas bolas (as boleras).
Outros dizem que veio do fandango, uma outra dança espanhola de origem árabe, muito popular, desde o século XVII e que também andou fazendo sucesso em terras brasileiras, nos séculos XVIII e XIX. O fandango, menos suave que o bolero, ainda é dançado em versão bem modificada em estados do sul do Brasil. O bolero, a princípio, era executado com acompanhamento de castanholas, violão e pandeiro, tal qual o fandango, enquanto o casal dançava sem se tocar, com sensuais movimentos de aproximação e afastamento. No século XVIII foi executado pelos melhores bailarinos e foi a dança preferida das damas da corte. Trazido pelos espanhóis para suas colônias na América, ele foi se modificando pelas influências locais e recebendo contribuições, em especial, de ritmos vindos da África. Podemos concluir, então, que se trata de uma adaptação da clássica balada às raízes afro-espanholas. Sempre foi mantido, no entanto, seu caráter de dança de galanteio, suave, terna e romântica. Desenvolveu-se, principalmente, em Cuba e outros países da América Central, México, República Dominicana, Porto Rico. Curiosamente, só no Brasil, ele é dançado da forma que o conhecemos nos dias de hoje, com figurações muito diversificadas. Na maioria dos países latino-americanos, dança-se o bolero de forma simples e lenta, sem muitas variações. É aquele bolero dançado "dois p'ra lá, dois p'ra cá...", como na letra da famosa música de João Bosco. Se perguntarmos a um cubano, a um costarriquenho ou a um argentino, por exemplo, a resposta será sempre a mesma, isto é, explicam que dançam o bolero dessa maneira porque ele serve para namorar, pois visa o romance.E era assim também, aqui no Brasil, até pouco tempo atrás. Nos bailes atuais, os dançarinos fazem grande número de figuras ao dançar o bolero, muitas delas adaptadas de outros ritmos que costumam dançar do mesmo jeito, ou seja, com figuras de bolero, não só os boleros propriamente ditos, mas também outros ritmos suaves e românticos. Costuma-se generalizar: se é ritmo lento, dança-se como se fosse um bolero. É uma característica bem brasileira, esta de buscar fazer uma simbiose e simplificar. É uma faceta da criatividade dos nossos dançarinos e professores de dança de salão.
sexta-feira, 28 de março de 2008
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