quarta-feira, 17 de setembro de 2008

A Popularidade da Dança de Salão



A que se deve a crescente popularidade da dança de salão nos últimos anos?

A crescente popularidade das danças de salão ou danças sociais no Brasil, durante a última década, leva-nos a perguntar que fatores têm contribuído para este crescimento.
O século XX descobriu novamente o corpo humano.
Nunca, desde a antigüidade, ele foi tão amado e recebeu tanta atenção.
Depois de séculos dominado por uma tradição religiosa que privilegiou o espírito e considerava o corpo como a fonte dos pecados, o homem voltou a se ver como um ser total.
O intenso desenvolvimento dos esportes e da dança, em todas as suas modalidades, bem como o crescente interesse pela moda e pela manutenção da boa forma física demonstram esta mudança na maneira de nos relacionarmos com nosso próprio corpo.
A evolução da fotografia, do cinema e da televisão contribuiu para aumentar ainda mais este verdadeiro culto pelo corpo, pelo aspecto visual, que vem sendo incrementado nas últimas décadas, formando um ambiente propício à atual onda de popularidade da dança de salão, para a qual outros fatores, mais específicos, também têm contribuído.
Até a década de 1960, a dança social era praticada, indiscriminadamente, por pessoas de todas as idades e nos mais diferentes locais e tipos de eventos.
Era uma das formas de lazer mais populares, figurando entre os divertimentos preferidos por todas as camadas sociais, especialmente no Rio de Janeiro.
Numa publicação de 1906, o famoso poeta Olavo Bilac comentava:
"O Rio de Janeiro é "a cidade que dança"...
A dança é, sempre foi e sempre será um divertimento universal.
Foi ela a primeira arte que os homens cultivaram e amaram...
Ela é ainda hoje amada e praticada em todos os pontos da terra...
Mas, no Rio de Janeiro, a dança é mais do que um costume e um divertimento; é uma paixão, uma mania, uma febre.
Nós somos um povo que vive dançando.
" Com o advento da disco music e das discotecas, os brasileiros aderiram em massa à nova maneira de dançar, importada dos Estados Unidos, Inglaterra e outros países.
Uma forma solta e livre de se dançar, individualista, que fugia ao convencional e às regras, que permitia, inclusive, escolher entre dançar sozinho ou com um parceiro.
Reflexo das profundas mudanças sociais da época e da liberação comportamental daí decorrente, as discotecas imperaram durante, pelo menos, duas décadas, deixando semi-esquecidas as danças sociais tradicionais, de pares enlaçados e seus ritmos preferidos.
A dança a dois, durante esse período, foi praticada em poucos lugares, quase sempre localizados em bairros de periferia das grandes cidades e no interior do país.
Seus adeptos, geralmente com mais de quarenta anos de idade, eram vistos como conservadores e antiquados pela grande maioria jovem da população, amante dos vigorosos movimentos dos ritmos próprios das discotecas.
Mas o século XX, principalmente nos países ocidentais industrializados, voltados para a produção em massa e para o capital, também tem levado enormes contingentes populacionais, nas grandes cidades, a viver em isolamento.
A necessidade de evitar a solidão, a busca de companhia e de convívio humano, somada à importância adquirida pelos exercícios físicos para manter a saúde e a boa forma, têm sido os principais motivos que levam as pessoas a buscar a dança de salão.
Ela proporciona exercício físico regular e não muito puxado, por ser uma espécie de ginástica aeróbica de baixo impacto, permitindo que pessoas de todas as idades e em diferentes estados de condicionamento físico a pratiquem sem grande dificuldade.
Além disto, é um divertimento e uma atividade social, que promove o contato e a ansiada aproximação entre as pessoas.
Numa época de crise econômica e política, em que as tensões sociais se agravam, em tempos de desemprego, violência, conflitos ideológicos, desencanto, poucas esperanças, raras alternativas e queda acentuada da qualidade de vida, marcadamente nas grandes concentrações urbanas, como é bom dançar e se movimentar, para descarregar tensões, exorcizar fantasmas, exprimir livremente sentimentos e emoções, encontrar novos amigos e, até - quem sabe? - um novo amor!...
E como atrativo adicional, mas não menos importante, a dança é um divertimento barato, em comparação com outros e, em muitos casos, como temos visto, tem se tornado, também, para um número cada vez maior de seus adeptos, numa lucrativa fonte de renda, numa forma prazeirosa de ganhar a vida.
O sucesso internacional da lambada, nos anos oitenta, também contribuiu fortemente para a retomada da dança de salão como uma das atividades sociais prediletas, especialmente por parte dos mais jovens.
Estes descobriram o prazer da dança a dois através da prática da lambada, daí partindo para a tomada de consciência e aproximação de outros ritmos da dança de pares enlaçados.
A instalação de academias de dança com a proposta de ensinar a grandes grupos de pessoas de uma só vez - alunos dançando com alunos, a partir de uma nova metodologia, adequada a esta finalidade - desde a iniciativa pioneira de Jaime Arôxa, que ousou fundar sua academia, por volta de 1986-87, em plena Zona Sul, reduto maior dos adeptos da discoteca no Rio de Janeiro, também veio contribuir para a rápida multiplicação dos amantes da dança de salão na cidade.
Seu exemplo foi logo seguido por outros professores de dança.
Por outro lado, não resta dúvida de que a recente onda de saudosismo dos "anos dourados", propiciada pela crise já mencionada e pelo fato de que as pessoas que, atualmente, detêm o poder e os meios de comunicação, estão na faixa etária acima dos quarenta anos , em sua maioria, tem sua dose de participação nesse processo.
O Rio de Janeiro tem sido o polo irradiador de novas formas de comportamento, logo divulgadas pelos meios de comunicação (notadamente pela televisão) e seguidas pelo resto do país.
Com a dança de salão não foi diferente.
A "garota de Ipanema" redescobriu como é bom dançar juntinho.
Em conseqüência, a mídia começou a abrir, pouco a pouco, espaço para a dança de salão (novelas de TV, reportagens, agendas de locais para dançar, comerciais para TV, etc.) e aquela atividade social tradicionalmente praticada no interior e nos bairros de periferia voltou a ganhar os "espaços nobres" das cidades, como na primeira metade do século, num movimento cada vez mais abrangente, que promete ter voltado para ficar, de uma vez por todas.

Jussara Vieira Gomes
Historiadora e AntropólogaDançarina e Pesquisadora de Dança de Salão

Benefícios da Dança de Salão


SAÚDE
A dança de salão é uma atividade física que pode ser feita por pessoas de todas as idades e nunca sai de moda.
Sem contra indicações, é uma ótima opção para quem quiser se exercitar e manter a forma, pois 40 minutos de exercício gasta 600 calorias.
A dança em geral é um excelente meio de liberar toda a energia, de se descontrair e animar.
E a dança de salão é ótima para isso porque existe uma conotação social, uma integração devido à interação entre duas pessoas.
A dança também funciona de forma preventiva de doenças articulares, como artrose ou artrite e também de doenças circulatórias.
Por ser uma atividade física, os movimentos e passos ativam a circulação, principalmente nas pernas, além de proporcionar uma melhora considerável na postura.
Além do corpo, também trabalha mente e contribui de forma terapêutica.
A partir do momento em que o indivíduo mexe o corpo, ele já está se exercitando, seja um ritmo lento, de baixa intensidade, ou acelerado, de alta intensidade.
Durante o momento do exercício, o organismo produz a endorfina, conhecida como hormônio da felicidade.
É nítido como as pessoas tímidas, depois de um certo tempo de aula conseguem ficar mais comunicativas, mais seguras, pelo fato de saberem dançar.
A dança vem sendo recomendada até mesmo por psicólogos e psiquiatras, como forma de melhorar a vida social do indivíduo.
“A dança de salão afasta a solidão, pois é um meio de aproximação entre as pessoas, tanto em uma aula quanto em uma festa”.
Então vamos dançar, manter o corpo e a mente, e ser feliz.

Maiores informações: http://www.cariocadancers.com/

Fonte: Kabul

sexta-feira, 11 de julho de 2008

A postura da dama na dança de salão

Preparando-se para ir ao baile...

A roupa - A moda, às vezes, não anda por caminhos muito favoráveis à dança, por isso, pense bem ao escolher sua roupa para dançar.
Os cavalheiros se incomodam com tecidos escorregadios demais, ásperos (tipo blusas de paetês) ou felpudos demais, pois eles não conseguem conduzir a dama de forma correta e ainda de quebra saem do baile todo cheio de brilhos e pêlos.

As alcinhas - elas são um problema quando não se sustentam nos ombros e ficam caindo a todo instante. Além de ficar deselegante e atrapalhar a dança, deixa o cavalheiro constrangido. As alcinhas cruzadas nas costas evitam este problema.

O calçado - Sabe aquele sapato que é lindo, mas fica saindo do pé a todo instante, pois é... se comprar um sapato novo e quiser sair para dançar com ele, ande um pouco em casa para saber se ele está firme e confortável. Assim você não vai estragar aquela dança especial...

O corpo - Sua pele também é um item muito especial para os cavalheiros:
Muito perfumada – seu cavalheiro pode ser alérgico a perfumes fortes! Controle a medida certa do seu perfume.
As colônias dão um aroma mais suave ao seu corpo e você não passa o constrangimento de ter um cavalheiro espirrando a todo o momento.
Os cremes hidratantes, usados em excesso, tornam-se um problema se você transpirar demais, eles saem pelos poros transformando você em um verdadeiro sabonete, aí... coitado do cavalheiro!!! Como abraçá-la? Use os cremes com moderação.

Os cabelos – as tinturas feitas no dia do baile com certeza ficam com um cheiro muito forte. Programe-se, tente pintá-los um dia antes.

A transpiração - Se você transpira muito, evite roupas com costas nuas pois sua pele fica escorregadia e isso é desagradável para o cavalheiro, além de atrapalhar a condução.
Os desodorantes cremosos também são terríveis!!!!!!!
O contato das axilas no braço do cavalheiro quando estamos com blusas sem manga, deixa-o todo lambuzado... ECA!!!! Eles detestam isso!!!!!!
Tenha sempre em sua bolsa um lenço umedecido (desses de farmácia) ou uma pequena toalha. É um ótimo recurso para momentos de muito suor.

O hálito - Um bom hálito é fundamental. Tenha sempre chicletes ou balas sem açúcar, se preferir. Mas seja discreta ao mascar um chiclete.

O momento da dança - Quando for a um baile, prepare-se para estar com outras pessoas – leve o seu bom humor – não deixe os aborrecimentos acompanhá-la.
Nenhum cavalheiro vai ter coragem aproximar-se de você se houver uma nuvenzinha negra sobre sua cabeça.
As damas simpáticas, que dançam com alegria, sempre são convidadas a dançar várias vezes.

Ah!..., os cavalheiros também são tímidos e não gostam de levar um não, portanto, se quer dançar, se mostre: ficar fumando, conversando de forma tão compenetrada no assunto ou ficar escondida... são indícios que você não está a fim de dançar.

Você não está obrigada a dançar sempre que te convidarem, mas recuse com delicadeza e se possível retribua o convite assim que puder.

E para finalizar, um sorriso e um bom abraço faz de você uma dama muito especial, portanto, tente não ficar tensa.
Se entregue aos braços do seu cavalheiro e curta o momento, assim sua dança fluirá de forma mais agradável para os dois.

Fonte: Adriana Aguiar

domingo, 8 de junho de 2008

Algumas sugestões

Sugestões para você não dar vexame , não ser deselegante e nem mal educado na arte da Dança de Salão

1. Cavalheiro e dama devem dançar olhando para a frente e nunca para os pés.
2. O cavalheiro e a dama devem ter uma postura "reta", nunca se curvando para a frente.
3. O cavalheiro não deve dobrar a mão da dama para trás.
4. O cavalheiro e a dama devem evitar trajes como: bermudas, shorts, bermudões, camisetas regatas e tênis.
5. O cavalheiro não deve dançar com o lenço na mão.
6. Bolsas, pochetes e telefone celular devem ficar na mesa e nunca na cintura do dançarino.
7. Evitar os "pulinhos" tão comuns no samba.
8. O cavalheiro não deve fazer coreografias espalhafatosas, podendo rasgar as meias da dama.
9. O cavalheiro não deve se utilizar de passos que ainda não domina com segurança.
10.Cavalheiro e dama devem evitar o fumo durante a dança.
11. Beijos ardentes durante a dança são impróprios.
12. Quando o suor for demais, fique algum tempo sem dançar, até que o corpo seque e a roupa também.
13. A pista de dança não é o local para cumprimentos e conversas.
14. Ao dançarmos temos de nos preocupar com o espaço físico à nossa volta. Afinal, outros casais também estão dançando.
15. Devemos deixar para os intervalos a travessia na pista de dança.
16. Nada de "mão boba", nada de "seta sinalizadora", nem de tirar uma "casquinha". Aqui o homem é um "cavalheiro" e a mulher uma "dama". O salão de dança não é lugar de se extravasar "taras" e "delírios".
17. Bafo-de-onça não tem perdão. Suor forte, também não. Contorne essas situações usando um bom desodorante (para suor), pastilhas e bochechos (para o hálito).
18. Namorados que fazem aulas juntos não têm motivo para ciumeira. A troca de parceiros na dança é estimulada para evitar vícios nos passos do casal.
19.Gestos e palavras amáveis são imprescindíveis para que o cavalheiro conduza melhor a dama e ela , por sua vez, se envolva por aquele momento. Do contrário, o casal pode parecer um par de robôs.
20. Se o cavalheiro tirou a dama para uma dança, deve acompanhá-la de volta à mesa. E a ela cabe agradecer ao cavalheiro pelo convite.
21. A dama deve fazer uso de sapatos de saltinho, preso nos pés, dar preferência a saias e vestidos que, com certeza, a deixarão mais elegante.

Prof. Carlos Alberto ( Beto )

Ritmos


Samba de Gafieira
O ritmo mais importante da Dança de Salão brasileira!
Oriundo do Maxixe e depois de algumas influências, o Samba de Gafieira é hoje uma das danças mais ricas em movimentos e técnica do mundo. Elegância e Ginga são marcas registradas do maravilhoso Samba carioca dançado em casal.

Tango
Salão e nos Cursos Específicos.Quem é que nunca desejou dançar o verdadeiro Tango Argentino?Técnica, Beleza e Sedução fazem do Tango o mais importante dos ritmos da Dança de Salão mundial.

Forró
O casal pode dançar coladinho ou executar os diversos giros e figuras que o Forró moderno incorporou.Um dos mais populares e divertidos ritmos da Dança de Salão brasileira com todo seu tempero.Luiz Gonzaga, Falamansa, Dominguinhos, Trio Virgulino e tantos outros vão embalar você nesse ritmo fácil de dançar.

Salsa
Estilo Cubano, Estilo Americano... Não importa o estilo, a Salsa é um dos ritmos mais envolventes do mundo. A Salsa é rica em giros, movimentos de braços e improvisação...

Rock (Americano)
Herança do Lindy Hop e do Jitterbug, o Rock Americano tem em seu repertório Elvis Presley, Jerry Lee Lewis, Little Richard, Chuck Berry e outros...

Bolero
Dança de Salão sem romantismo? Impossível...O Bolero se modernizou na dança, e fez do "dois pra lá, dois pra cá" apenas um ponto de partida para esse ritmo sensacional, com novos passos e novas músicas, mas sem perder sua essência.

Zouk
A música é caribenha, mas a dança é brasileira...A Lambada se transformou, evoluiu e tornou-se um ritmo extremamente sensual, envolvente, com muito giros e movimentos de cabeça. Hoje chamada de "Zouk", essa dança já se espalhou por todos os cantos do país.

Samba-Rock
Dois pra lá, dois pra cá trançando os braços...
Giros e inúmeros movimentos de braços, são a marca desse ritmo contagiante que representa todo o "swing" paulistano ao som de Trio Mocotó, Jorge Bem Jor, Clube do balanço, Farufino, entre outros.

Soltinho
O Soltinho é a forma brasileira de dançar o Rock e o Swing. Teve sua origem nos ritmos americanos como o Jive, o Swing e o Bep Bop, mas é dançado nesse formato apenas no Brasil.O Soltinho é dançado ao som do Rock, do Swing, do Pop nacional além de outros gêneros musicais.

Merengue
Todo o gingado caribenho com esse ritmo sensual e alegre...Você vai se divertir brincando com seu parceiro no desenvolvimento dos giros, no rebolado e nas improvisações do Merengue.

Cha cha cha
Talvez seja a principal dança latina nos países que desenvolvem a dança de competição. O Chachacha é ágil, alegre e com passos rápidos e curtos...

Rumba
A mulher tentando conquistar seu parceiro através da dança... A Rumba é um ritmo romântico e os corpos se movimentam de forma bastante sensual. Mais lenta e melódica, a Rumba tem figuras parecidas com o Chachacha.

Valsa Vienense
Conhecida por seus movimentos circulares e grandes deslocamentos pelo salão, a Valsa é extremamente elegante e manter uma postura refinada é obrigatório. A Valsa Vienense é a versão mais rápida das Valsas e seu principal representante musical é Johann Strauss...

Valsa Lenta
Talvez seja a representante máxima das Danças de Salão... A Valsa Lenta é sentimental, romântica e seus movimentos devem ser bastante suaves.

Lindy Hop
O Lindy Hop é a primeira forma de dançar o Swing das Big Bands. Nasceu nas décadas de 20 e 30 do século passado e é a origem de outras formas de dança como o Rock, o East Cost Swing, o West Cost Swing, o Jive e outras danças americanas. Giros, Chutes, Passos aéreos e muita energia caracterizam o Lindy Hop.

Pagode
O Pagode é uma forma de dançar o Samba em casal criada em São Paulo na década de 90. Nascido nas Rodas de samba e nos Bares, o Pagode ganhou muitos adeptos e vários elementos inspirados no Samba de Gafieira, depois de chegar as Academias de dança.

Samba no pé
O Samba no pé é a forma mais conhecida de dançar o samba individualmente... É o Samba dançado no carnaval.

Country
O Country pode ser dançado "em linha"... São aquelas famosas coreografias executadas individualmente ou em grupos na maioria das vezes, com seqüências pré-elaboradas. É a forma mais usada nas casas de dança country.
E o "Partner dance"... Dança em casal que é caracterizada por alguns giros, chutes, mas extremamente simples.

Fonte: André Toffani

Dançarinos de Aluguel: bom ou ruim ?

Vou ficar em cima do muro por uma razão óbvia, é bom e ruim, dependendo do ponto de vista. Se não, vejamos, uma senhora de uns sessenta anos vai em um baile de terceira idade e toma um tremendo chá de cadeira junto com várias amigas, e não é por dançar mal e sim porque simplesmente a quantidade de damas é muito maior que o de cavalheiros.

Tenho que admitir que para essa senhora a solução de bailes de ficha (onde compra-se uma ficha por R$1,00, que dá direito a uma música), ou dançarinos de aluguel é uma boa saída. Mas o problema é como isso é encarado.
Outro dia saiu uma reportagem na televisão em que foi mostrado justamente isso, só que no caso fica uma imagem ruim para a dança de salão como um todo, visto que sai muito pouca coisa na mídia sobre dança de salão, logo as pessoas ficam com a imagem deturpada de que só pagando as senhoras dançam.

Por outro lado é bom para os profissionais de dança porque gera um trocado a mais. Mas, reparem que eu falei "profissionais".
O problema é que qualquer um se diz profissional e sai por aí fazendo besteira. Seria necessário uma regulamentação, nem que fosse simplesmente a sindicalização desses profissionais.
Por falar nisso eu sou sindicalizado apesar de não exercer. Ou mesmo a criação de uma associação.
Qual seria o benefício ? Ora, seriam protegidos os bons profissionais, porque aí não seria qualquer um que poderia estar num baile de ficha, por exemplo. E, caso o indivíduo comete-se algum excesso, a dama poderia reclamar em algum lugar e ele poderia perder o direito de estar naquele baile de ficha.

Outro modalidade é o dançarino de aluguel mesmo, que agora estão chamando de Personal Dancer, como o Personal Trainer. Só que volto a lembrar, o Personal Trainer é um profissional com diploma de educação física, logo pode-se confiar, o Personal Dancer não tem diploma algum (específico). Então, o melhor é pelo menos sindicalizar o indivíduo.

Para quem não sabe como funciona o esquema de dançarino de aluguel, é simples, uma ou mais damas conversam com um dançarino e estipulam um preço para ele dançar com elas em determinado baile, e é mais comum do que se imagina.
E, isso tudo é muito antigo e existe fora do Brasil também, e em alguns lugares ainda ocorre a situação inversa em prostíbulos.
Em nosso país, existiram os dancings, onde os homens dançavam com dançarinas remuneradas por música e se o ambiente não chegava perto de um cabaret da Lapa, também ficava longe dos atuais bailes de ficha.

Existem casos em que tudo é feito da maneira correta e limpa, posso citar um que ficou famoso e até foi no Jô Soares onze e meia, que é o Carlinhos Araújo, carioca que mora em Fortaleza, que tem uma Cia de dança voltada para o aluguel de dançarinos, seja para show, seja para acompanhar festas e bailes.

Existe também o lado podre, onde dançarinos são bancados por senhoras, desde a entrada do baile até a entrada do motel... Aí, já vira prostituição, e ocorre, comecem a reparar.
Precisamos melhorar o nível dos profissionais exigindo a sindicalização, federação ou algum tipo de regulamentação, aí vai ser bom para todos. Menos para os profissionais ruins....

Fonte: Marco Antonio Perna

O perfil do aluno e a melhor forma de aprender

Os objetivos, tempo disponível e necessidades das pessoas em relação à dança de salão são bastante variadas.
Não raramente ouvimos frases como "Vou casar na semana que vem e preciso aprender a dançar valsa" ou "Moro em uma cidade de interior que não tem nenhuma academia de dança e quero muito aprender a dançar". O que faço?"
A idéia desta matéria é levantar prós e contras das várias formas de aprender Dança de Salão e relacioná-las aos variados perfis de alunos.

AULA PARTICULAR - Podemos dividi-las em 03 tipos.

· PARA APRENDER DEPRESSA:
É algo com que se deve tomar cuidado. Na dança precisamos de tempo para absorção de técnicas básicas de comando, para desenvolvimento do conceito de parceria e para o próprio treino, portanto deve-se estimar um mínimo 3 horas/aula por ritmo para conseguir um bom aprendizado.
Neste caso, o treino fora do horário da aula é fundamental, pois a aula deve se restringir ao ensino de novos passos e conceitos. Este perfil de ensino é adequado para Valsas de Debutantes e Casamentos, urgências do tipo "vou viajar e queria ter idéia (nota do autor: uma pequena idéia) da dança local"

· AULAS PARA "TOMAR CORAGEM" E AULAS DE REFORÇO -
É comum algumas pessoas terem muita resistência a iniciar um curso regular por se acharem duras e desajeitadas.
Uma ou duas aulas particulares serão suficientes para que ela perceba que dançar não é nenhum "bicho de sete cabeças" e, que dentro do limite de cada um, não tem quem não possa aprender a dançar.
Viagens, trabalho, filhos... tudo é motivo para faltar nas aulas de dança. Estas faltas costumam deixar o aluno inseguro por achar que não irá conseguir acompanhar o grupo.
Nada de desistir do curso! Algumas aulas particulares de reforço liquidarão o problema e evitarão que o aluno possa atrapalhar o andamento do grupo.

· PARA ESPECIALIZAÇÃO -
Para aprender mais e com melhor qualidade técnica, ter cuidadosamente limpos os detalhes de postura, condução, fluência na dança, aprender passos aéreos e outros de maior grau de dificuldade, nada melhor do que uma sequência de aulas particulares.
O investimento é maior, mas o resultado também. Como a quantidade de material aprendido nestas aulas é muito grande, sugiro sempre anotar no fim da aula tudo o que foi aprendido e quais são os detalhes a melhorar.
E muito treino nas pistas de dança! Professores em formação podem procurar aulas para, além de aprender novos passos, desenvolverem outras didáticas de ensino.

CURSOS RÁPIDOS - WORKSHOPS E MÓDULOS
Ritmos da moda como o Forró Universitário e Samba Rock não costumam fazer parte dos cursos regulares de Dança de Salão.
Para ensiná-los, as academias costumam planejar cursos rápidos, que dão uma boa noção básica da dança. Como a quantidade de material a ser aprendida é grande e o tempo é curto, normalmente a qualidade obtida nos passos não é perfeita, mas o treino fora sala de aula resolverá o problema.
Aqui também é recomendável fazer anotações sobre o aprendido para que o material não se perca em poucos meses. Uma boa dica é, após o curso e algumas horas de treino em casa, marcar 01 ou 02 aulas particulares para limpar possíveis erros e aprender um pouquinho mais. Depois é só praticar.

CURSOS REGULARES
Se você não tem pressa, nada melhor do que um curso regular, normalmente dividido em semestres.
Dedicando em torno de 2 anos ao aprendizado da dança já se pode ter uma ampla visão do que ela pode oferecer.
Nestes cursos tem-se o acompanhamento e correção do professor, a oportunidade de dançar com parceiros diferentes, treino suficiente para desenvolver uma boa qualidade dos passos, um ambiente divertido e a oportunidade de fazer amigos - característica básica da Dança de Salão.

CURSOS ESPECÍFICOS
Se o aluno já tem uma visão geral da dança e opta por um ritmo favorito ou, se apesar de não saber dançar outros ritmos, ele quer aprender apenas um, estes cursos são bastante eficientes e facilmente encontrados nas academias.
Com ele pode-se ir bem a fundo no conceito da dança e aprender passos mais sofisticados, em um grupo de pessoas com interesses semelhantes. Mesmo assim, por não ser um curso intensivo, pede uma dedicação mínima de 01 ano.

VÍDEOS DE AULAS
Se você nunca fez aula de dança, não conhece conceitos básicos de postura e condução, não substitua o professor pelo vídeo.
Estes são interessantes para matar a curiosidade e dar o gostinho de aprender a dançar, mas a falta da correção do professor pode ser muito prejudicial, gerando vícios difíceis de serem tirados posteriormente.
Por outro lado, o vídeo é muito bom para ajudar o aluno a lembrar dos passos aprendidos na aula e algum detalhe didático que possa ficar esquecido. Tenho alunos que fazem seus próprios vídeos, gravando os passos aprendidos quando chegam em casa.
Para alunos mais avançados, que querem aprender passos diferentes, existe muito material didático em vídeo, mas é importante lembrar que existem pessoas (as menos visuais), que tem bastante dificuldade de aprender pelo vídeo.
O processo de aprendizado é lento e é fundamental voltar a fita uma dezena de vezes, para que possam ser apreendidos os menores detalhes. Nas academias de dança e pela internet você terá acesso a vários tipos de vídeo de aulas e shows de Dança de Salão.

SAIR PARA DANÇAR
É uma grande escola, uma imensa fonte de ensinamentos, que deve ser praticada muito e por todos. Estar na pista de dança, treinar a condução com vários parceiros, saber se mover no salão é uma grande experiência.
Muitas pessoas aprendem a dançar somente nas pistas, sem nunca ter entrado em uma academia. É um processo mais lento mas plenamente possível.
Para isto é muito importante dançar com várias pessoas para não "se acostumar" com o parceiro, sem esquecer de respeitar as regras básicas de educação na pista de dança - ver matéria "Etiqueta no Salão" - e saber que sempre existirão pessoas que dançarão melhor ou pior e que merecem todo o respeito e incentivo.
Lembre: Não vale dar tábua!!
Se você quer aprender ou desenvolver sua dança, identifique-se com os perfis acima, escolha seu tipo de aula e "mãos a obra" ou melhor "pés a obra".

Fonte: Stella Aguiar